Só quero
essa gota de sangue vire um poema
Que escorra
pela página suja desse papel
E se
desdobre em vísceras, órgãos, lágrimas
Intensa será
ela como intensa é a paixão
Que me
corrói a alma, que me consome o espírito
Que me priva
da sanidade mental
Que um dia
conquistei.
Gota louca
de sangue que desenha esse poema
Que mais
parece uma confissão, um desabafo
Um grito
calado de um louco fantasiado de homem civilizado.
Civilizado
eu? Logo eu que tenho paixões tão pouco comportadas.
Voa delírio
de homem na forma de gota
E mostra as
febres e angústias que consigo traz
Grita o
indizível
Sensibiliza
o que é não sensório
E manifesta
o que ainda não existe.
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